Você já pensou em trazer produtos da Argentina, Paraguai ou Uruguai e se perguntou se vale a pena?
Importar dentro do Mercosul pode reduzir custos e abrir oportunidades de negócio, mas o processo envolve regras, documentos e alguns cuidados importantes.
A Guimarães é uma Contabilidade em Uruguaiana, que faz fronteira com o Uruguai, e vamos compartilhar com você tudo o que precisa saber para importar do Mercosul corretamente e pagando menos impostos.
O que é o Mercosul e por que ele facilita a importação entre os países membros?
O Mercosul é um bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Esse bloco existe para facilitar o comércio entre esses países, criando acordos de tarifas reduzidas e regras unificadas.
Isso significa que, em muitas situações, você pode importar sem pagar o Imposto de Importação, desde que o produto cumpra as regras de origem do bloco.
Não é isenção para tudo, mas sim para mercadorias que se enquadram no regime de origem.
Leia mais: Como funciona o serviço de despachante aduaneiro em Uruguaiana
Quais produtos posso importar do Mercosul e quais estão proibidos?
Você pode importar praticamente qualquer tipo de produto: alimentos, bebidas, roupas, equipamentos, máquinas, insumos industriais etc.
Mas nem tudo está liberado.
Alguns produtos exigem autorização especial (caso de medicamentos, cosméticos, defensivos agrícolas).
Outros são simplesmente proibidos por lei, como armas e itens que afetam a segurança nacional.
Quer um exemplo prático?
Se você quiser importar vinhos argentinos, basta cumprir a classificação fiscal (NCM), apresentar certificado de origem e pagar os impostos internos.
Agora, se tentar trazer medicamentos veterinários sem licença do MAPA, sua carga fica retida.
Quais documentos preciso para importar do Mercosul em 2025?
Para importar do Mercosul, você vai precisar de documentos como:
- Fatura comercial (invoice);
- Packing list (quando houver mais de um volume);
- Conhecimento de embarque (conhecimento aéreo, rodoviário ou marítimo);
- Declaração Única de Importação (DUIMP), feita no Portal Único do Comércio Exterior;
- Certificado ou declaração de origem Mercosul;
- Licenças específicas, dependendo do produto (ANVISA, INMETRO, MAPA etc.);
- Dentre outros.
Vale lembrar que em 2025 o Brasil já está migrando totalmente para a DUIMP, substituindo a antiga DI.
O que mudou com o novo Regime de Origem do Mercosul (ROM)?
Até pouco tempo atrás, você só conseguia comprovar origem com Certificado emitido por entidade autorizada.
Agora, existe também a autocertificação, em que o próprio exportador pode declarar a origem.
Parece mais simples, mas essa declaração precisa estar sustentada por documentos e pode ser auditada até cinco anos depois.
Se for irregular, você perde o benefício tarifário e pode pagar multa.
O Certificado de Origem ainda é obrigatório ou posso usar autocertificação?
Você pode escolher entre os dois modelos.
O Certificado continua válido, mas a autocertificação já é aceita na maior parte dos casos.
Exemplo: se você importa autopeças do Paraguai e o exportador está habilitado a emitir a declaração, não precisa do Certificado.
Mas se houver dúvida sobre a origem, é mais seguro exigir o documento tradicional.
Preciso estar habilitado no Siscomex e no RADAR para importar do Mercosul?
Sim, qualquer importação comercial passa pelo Siscomex.
E para acessar o sistema, sua empresa precisa de habilitação no RADAR.
Existem três modalidades de habilitação:
- Expressa, para pequenas operações;
- Limitada, para volumes médios;
- Ilimitada, para empresas que movimentam alto valor em comércio exterior.
Se você nunca importou, comece pela limitada e evolua conforme o crescimento.
Quais impostos e taxas incidem sobre importações do Mercosul?
Mesmo com isenção do Imposto de Importação (II) para produtos originários do bloco, você ainda vai pagar:
- IPI (quando aplicável);
- ICMS estadual;
- PIS e COFINS-Importação;
- Taxa de uso do Siscomex;
- Custos logísticos (frete, seguro, armazenagem).
Ou seja, não confunda “isenção de imposto de importação” com “importação sem impostos”.
Os tributos internos continuam existindo.
Como calcular o custo total de uma importação do Mercosul?
A conta não é só o preço do produto.
Você deve somar:
- Valor da mercadoria (em dólar ou peso convertido);
- Frete internacional;
- Seguro da carga;
- Despesas aduaneiras;
- Tributos federais e estaduais;
- Despesas bancárias (câmbio, transferências).
Já atendemos empresas que só descobriram o custo real depois que a carga chegou, comprometendo significativamente o lucro.
Planejar essa conta antes é obrigatório.
Quanto tempo demora o processo de importação do Mercosul?
O prazo depende de três fatores: logística, documentação e liberação aduaneira.
Na prática, você pode esperar de 15 a 45 dias, dependendo do produto e do país.
Rodoviário do Paraguai? Normalmente mais rápido.
Marítimo do Uruguai? Pode demorar mais, principalmente se houver escala.
Quais são os principais benefícios de importar produtos do Mercosul?
Importar dentro do Mercosul traz vantagens que vão muito além da isenção de imposto de importação.
Veja os principais pontos que podem fazer diferença no seu negócio:
- Redução ou isenção do Imposto de Importação quando o produto cumpre as regras de origem. Isso significa custo menor já na entrada.
- Regras de origem mais flexíveis, que permitem o uso de até 45% de insumos de fora do bloco em produtos industriais sem perder o benefício.
- Logística mais rápida e barata, especialmente no modal rodoviário, quando comparado com embarques vindos da Ásia ou Europa.
- Menor risco cambial, já que muitas operações podem ser negociadas em reais ou moedas da região, reduzindo a dependência do dólar.
- Aproximação cultural e regulatória, o que facilita a negociação e o entendimento das exigências legais.
- Menor tempo de desembaraço, porque os processos tendem a ser mais simples em acordos intrabloco.
- Maior competitividade para sua empresa, já que a importação do Mercosul pode reduzir o custo de insumos e aumentar sua margem de lucro.
Quais são os riscos e cuidados ao importar do Mercosul?
Importar dentro do bloco realmente traz vantagens, mas não significa operação sem riscos. Se você não tiver atenção aos detalhes, pode acabar pagando mais caro do que esperava.
Aqui estão os principais pontos que exigem cuidado:
- Autocertificação sem documentação de suporte: se a declaração de origem não estiver amparada por notas e registros, você pode perder o benefício fiscal e ainda sofrer multas.
- Produtos agrícolas e alimentícios: continuam sujeitos a barreiras sanitárias rígidas. Um simples erro em laudos ou licenças pode resultar em retenção na fronteira.
- Volatilidade cambial: mesmo negociando dentro do Mercosul, muitas operações ainda são feitas em dólar. Uma variação rápida pode mudar completamente o custo da carga.
- Custos logísticos internos: dependendo do porto ou fronteira usada, taxas de armazenagem e transporte nacional podem pesar mais do que o frete internacional.
- Fiscalização aduaneira rigorosa: cargas podem ser selecionadas para conferência física ou documental, o que atrasa o desembaraço e aumenta despesas.
- Diferenças regulatórias por país: Argentina, Paraguai e Uruguai podem exigir procedimentos distintos de exportação, o que gera retrabalho se você não tiver clareza antes da compra.
- Erro na classificação fiscal (NCM): aplicar um código errado pode resultar em tributação indevida, multas e até bloqueio da mercadoria.
- Risco de fornecedores inexperientes: no caso de novos parceiros comerciais, é comum encontrar exportadores que não dominam o processo de autocertificação ou emissão de certificados, e isso recai sobre você na alfândega.
Já vimos empresas, por exemplo, que importaram insumos do Paraguai sem validar o NCM com antecedência.
E o imposto de importação foi aplicado porque a mercadoria não atendia ao critério de origem.
Vale a pena importar do Mercosul para minha empresa?
Depende da sua estratégia.
Se você tem volume, regularidade e consegue estruturar processos de compliance, a resposta é sim.
Agora, se sua ideia é fazer uma importação pontual, pequena, talvez os custos fixos tornem a operação inviável.
A conta precisa ser feita caso a caso.
Quais dicas práticas ajudam a reduzir custos e evitar problemas na importação do Mercosul?
A experiência mostra que pequenas falhas no processo podem custar caro. Por isso, vale aplicar alguns cuidados práticos que fazem diferença no resultado final da operação:
- Confirme a documentação já na negociação: combine com o exportador exatamente quais papéis serão entregues. Isso evita surpresas na alfândega. Exemplo: exigir a declaração ou certificado de origem antes mesmo do embarque.
- Classifique corretamente o NCM: um código errado pode mudar toda a tributação e até gerar multa. O ideal é revisar a classificação com apoio de especialista antes do registro da DUIMP.
- Conte com assessoria contábil e aduaneira: um contador especializado em comércio exterior identifica onde você pode reduzir impostos legalmente e evita erros que travam a liberação.
- Analise os modais de transporte: rodoviário é rápido e barato para cargas menores do Paraguai e Argentina, mas marítimo pode compensar em grandes volumes do Uruguai. O erro é escolher pelo preço sem calcular impacto no prazo e nos custos internos.
- Planeje o câmbio com antecedência: até operações em moedas locais podem ter impacto cambial. Antecipar fechamento de contrato ajuda a reduzir riscos de variação do dólar.
- Negocie cláusulas de responsabilidade no contrato: defina claramente quem arca com seguros, fretes e taxas adicionais. Isso evita disputas e custos inesperados.
- Revise sempre os custos de armazenagem e desembaraço: deixar carga parada em zona aduaneira pode custar mais caro do que o transporte internacional.
- Avalie a reputação do fornecedor: trabalhar com exportadores experientes diminui o risco de erros em certificados de origem ou documentação fiscal.
Principais dúvidas rápidas importação do Mercosul
Veja mais dúvidas dos nossos clientes sobre importação de produtos no Mercosul:
- Posso importar do Mercosul como pessoa física?
Pode, mas nesse caso você não aproveita os benefícios do bloco. As reduções de tarifa e isenção do Imposto de Importação só valem para empresas habilitadas no comércio exterior.
- O que é a autocertificação de origem e quando posso usar?
É a possibilidade de o próprio exportador declarar a origem do produto, sem precisar do certificado emitido por entidade oficial. Desde 2024, ela já está valendo no Mercosul, mas exige documentação de suporte por até 5 anos.
- O Certificado de Origem ainda é necessário?
Sim, continua sendo aceito e em alguns casos é até mais seguro. A diferença é que agora você pode escolher entre o certificado tradicional e a autocertificação.
- Preciso estar habilitado no RADAR para importar do Mercosul?
Sim. Qualquer operação comercial exige cadastro no Siscomex e habilitação no RADAR, que pode ser expressa, limitada ou ilimitada, de acordo com o porte da empresa.
- Existe limite de valor para importar do Mercosul?
Não há limite fixo, mas sua habilitação no RADAR define até onde você pode operar. Quem começa normalmente entra na modalidade limitada.
- O que acontece se minha mercadoria for retida na alfândega?
Se faltar documentação ou houver inconsistência na origem, a carga fica parada até regularização. Isso pode gerar multas e até perda do benefício tarifário.
Como a Guimarães Soluções Contábeis ajuda sua empresa a importar do Mercosul com segurança
Importar pode ser um excelente negócio, mas também pode se transformar em um problema se você não tiver a orientação certa.
Na Guimarães Soluções Contábeis, nós ajudamos empresas como a sua a estruturar todo o processo de importação, desde a habilitação no Siscomex até o cálculo tributário mais vantajoso.
Nós sabemos onde estão os custos escondidos, como aproveitar os benefícios do Mercosul e quais estratégias reduzem sua carga tributária de forma legal.
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